Os macacos-de-cheiro (Saimiri Sciureus) machos são daltônicos por natureza, mas pesquisadores deram cor a sua visão acrescentando-lhes genes humanos responsáveis pela visão colorida.
Macacos-de-Cheiro. (Foto: CENP.)
O daltonismo clássico, isto é, a incapacidade de distinguir o vermelho e o verde, é uma doença genética comum em seres humanos causada pela falta de qualquer um dos dois receptores (foto pigmentos) que cobrem tais comprimentos de onda na retina. Jay Neitz e colegas da Universidade de Washington - Seattle, apresentaram hoje este trabalho na revista Nature. Acreditam que sua técnica pode servir no futuro para corrigir o daltonismo humano.
Os pesquisadores também acrescentaram um terceiro foto pigmento que permite a visão tricromática em outras espécies, como a nossa, mas que carece por completo nos macacos-de-cheiro, sejam eles machos ou fêmeas. Além disso, este terceiro gene foi aplicado em macacos adultos. Os pesquisadores colocaram estes genes através de injeções na sub-retina.
O fato do terceiro gene funcionar em adultos contradiz a idéia predominante. Supunha-se que o tratamento de problemas congênitos de visão, tais como o daltonismo, só seriam eficazes se aplicados em crianças muito jovens, ou durante a fase "crítica" de desenvolvimento.
Mas, a simples a adição de um terceiro gene de foto pigmento em macacos adultos, equipa-os com uma visão tricromática, algo deficiente na espécie. Sendo assim, a capacidade de ver cores independe de qualquer processo de desenvolvimento da criança, pelo menos, em macacos-de-cheiro.
Fonte: Tradução adaptada do site Diario Científico (versão original em espanhol).