É o que diz uma reportagem publicada na BBC. Segundo pesquisadores, neandertais e humanos tiveram proles híbridas e cerca de 1 a 4% do DNA de pessoas não africanas ou, pelo menos, não puramente africanas contém material genético da espécie extinta há aproximadamente 29 mil anos.
Ilustração do homem-de-neandertal (Foto: Wikipédia.)
A pesquisa tinha como um dos objetivos o mapeamento do genoma do Homo de Neandertal, tendo a duração de quatro ano sob a liderança do instituto alemão Max Planck com colaboração várias universidades de outros países e publicada na Revista Science. Os resultados do estudo revelaram que os neandertais realmente contribuíram para a herança genética em humanos, causando surpresas nos especialistas, uma vez que as evidências anteriores apontavam para o oposto.
Outra conclusão encontrada foi a confirmação que quase todos os seres humanos descendem de um pequeno grupo de africanos que se espalhou pelo planeta, entre 50 e 60 mil anos atrás.
Os vestígios genéticos do neandertal em seres humanos foram encontrados em grupos étnicos da Europa, Ásia e Oceania. Numa relatividade considerada alta, segundo especialistas ― de até 4%. "Eles não foram totalmente extintos, vivem um pouco em nós", disse o professor Svante Paabo do Max Planck em Leipzig.
A teorias levantadas sugerem que o cruzamento entre as duas espécies ― de frequencia reduzida ― teria ocorrido quando humanos deixavam o continente africano em direção à Ásia e Europa. Especula-se que ocorreram no norte da África, na península arábica ou, mais provavelmente, na Europa, já que, segundo pesquisas anteriores, homo sapiens e neandertais foram contemporâneos no continente europeu por mais de 10 mil anos.
Para o sequenciamento genético foram utilizados os restos mortais de três neandertais descobertos na gruta de Vindiglia, Croácia. Um dos maiores obstáculos para o projeto foi extrair DNA aproveitável de seus ossos, uma vez que possuem vários milhões de anos e estavam misturados com material genético de bactérias e colônias de fungos instalados nos corpos ao passar do tempo após suas mortes.
Além disso, o DNA dos neandertais estava fragmentado em pequenos pedaços e com alterações químicas, porém estas mudanças eram regulares, o que possibilitou a correção das imperfeições por meio de programas de computador.