A primeira pessoa a ser congelada criogenicamente foi um psicólogo de 73 anos, Dr. James Bedford, suspenso em 1967. Dizem que seu corpo ainda está em perfeitas condições na Alcor Life Extension Foundation.
A idéia de que uma pessoa possa ser congelada e depois trazida de volta à vida quando a tecnologia tiver evoluído, originou o livro "The Prospect of Immortality," escrito pelo professor de física Robert Ettinger em 1964. A palavra "criogênico" deriva do termo grego para "frio".
No final dos anos 70, existiam seis empresas de preservação criogênica nos Estados Unidos. Porém, preservar e manter cada corpo era tão caro, que muitas empresas fecharam no fim dessa década.
Atualmente, poucas empresas oferecem serviços completos de suspensão criogênica, incluindo a Alcor Life Extension Foundation no Arizona e o Cryonics Institute em Michigan. No início de 2004, a Alcor tinha mais de 650 membros e 59 pacientes em preservação criogênica.
Se você decidir ser colocado em suspensão criogênica, o que vai acontecer? Bom, primeiramente você deve se associar a uma instalação de preservação criogênica e pagar uma taxa anual (aproximadamente US$ 400 por ano).
Então, quando seu coração parar de bater e você for declarado "legalmente morto", uma equipe de emergência entrará em ação. A equipe instalará um tratamento de suporte para manter o corpo vivo, fornecendo a você oxigênio suficiente para preservar uma função mínima até que você possa ser transportado para a instalação de suspensão. Seu corpo é embalado em gelo e é injetada heparina (um anticoagulante) para impedir que seu sangue coagule. Uma equipe médica aguarda a chegada de seu corpo na instalação de preservação criogênica.
Uma vez que você esteja na instalação de preservação criogênica, então tem início o "congelamento" real. As instalações de preservação criogênica não podem simplesmente colocar seus pacientes imersos em nitrogênio líquido, pois a água dentro de suas células congelaria. Quando a água congela, expande-se e isso faria com que as células simplesmente estourassem.
GALERIA DE IMAGENS - Clique para ampliar:A equipe de preservação criogênica deve, primeiramente, remover a água de suas células substituindo-a com uma mistura química à base de glicerina chamada de crioprotetor - um tipo de anticongelante. O objetivo é proteger os órgãos e tecidos da formação de cristais de gelo a temperaturas extremamente baixas. Este processo, chamado de vitrificação (resfriamento profundo sem congelamento), coloca as células em estado de animação suspensa.
Uma vez que a água de seu corpo é substituída pelo crioprotetor, seu corpo é resfriado em uma cama de gelo seco até que atinge -130ºC, completando o processo de vitrificação. O próximo passo é colocar seu corpo em um recipiente individual que então é colocado em um grande tanque de metal com nitrogênio líquido a uma temperatura de aproximadamente - 196ºC. Seu corpo é armazenado de cabeça para baixo, de modo que se houver um vazamento no tanque, seu cérebro continuará imerso no fluído refrigerante.
A preservação criogênica é cara, podendo custar aproximadamente R$ 320 mil. Mas para os futuristas mais econômicos, R$ 105 mil poderiam preservar somente o cérebro para sempre – uma opção chamada de neurosuspensão. Com sorte, para todos que se preservarem desta maneira, o avanço tecnológico oferecerá uma maneira para clonar ou regenerar o resto do corpo.
Se você optar pela suspensão criogênica, espere por companhia. Vários corpos e/ou cabeças são normalmente armazenados no mesmo tanque de nitrogênio.
O recipiente é projetado para conter até quatro corpos e seis cabeças de pacientes imersos em nitrogênio líquido a -196ºC. O nitrogênio líquido é adicionado periodicamente para substituir uma pequena quantidade que evapora.
ALGUÉM JÁ FOI PRESERVADO POR MEIO DA CRIOGENIA?
Muitas pessoas estão armazenadas nas instalações de preservação criogênica. Provavelmente o mais famoso deles é a lenda do beisebol Ted Williams. Porém ninguém foi revivido, pois a tecnologia para isso ainda não existe.
Os críticos dizem que empresas que fazem a preservação criogênica estão simplesmente enganando pessoas para ganhar dinheiro com a promessa de uma imortalidade que não podem oferecer. Até os cientistas que fazem a preservação criogênica dizem que não conseguiram reviver ninguém - e não esperam ser capazes de fazê-lo em um futuro próximo. Um dos problemas é que, se o processo de aquecimento não for feito exatamente na velocidade correta, as células podem congelar e explodir.
Embora as pessoas em suspensão criogênica não tenham sido revividas ainda, alguns organismos vivos já foram trazidos de volta da morte ou de um estado próximo da morte. Desfibriladores e ressuscitação cardíaca trazem pessoas acidentadas e que sofreram ataque cardíaco de volta da morte praticamente diariamente. Os neurocirurgiões geralmente resfriam os corpos dos pacientes para que possam operar aneurismas - vasos sanguíneos aumentados no cérebro - sem danificá-los ou rompê-los. Os embriões humanos congelados em clínicas de fertilização, quando descongelados e implantados no útero da mãe crescem e transformam-se em seres humanos normais.
Os criobiólogos estão esperançosos que uma nova técnica chamada nanotecnologia torne possível reviver as pessoas algum dia. A nanotecnologia utiliza máquinas microscópicas para manipular átomos - as menores unidades de um organismo - para construir ou reparar virtualmente células e tecidos humanos. Espera-se que, algum dia, a nanotecnologia repare não somente os danos celulares causados pelo processo de congelamento, mas também os danos causados pelo envelhecimento e por doenças. Alguns criobiólogos prevêem que a primeira ressuscitação criogênica poderá ocorrer por volta de 2040.