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# Nêmesis, a estrela da morte: teorias, fatos e evidências.

Nêmesis, dentro da astronomia teórica, seria uma provável estrela companheira do Sol, fazendo do Sistema Solar um sistema binário de estrelas.

Representação de uma anã-marrom, provável categoria de estrela de Nêmesis. (Foto: NASA/ESA/G Bacon [STScI].)

Ao passo de que ainda não foi observada diretamente, Nêmesis seria uma estrela escura e pequena, talvez uma anã marrom, com uma órbita dezenas, centenas ou até milhares de vezes mais distante que a de Plutão.

Embora não seja possível determinar quantas estrelas duplas existem na nossa galáxia, os astrônomos arriscam um limite inferior. Cerca de três em cada quatro estrelas da Via-láctea possuem uma companheira orbital. O nosso Sol é uma das poucas isoladas. Uma afirmação que só permanece válida dentro dos limites dos instrumentos que possuímos.

E se estivermos enganados? Não é difícil imaginar uma pequena estrela percorrendo lentamente uma órbita muito alongada em torno do Sol, de modo que dele não se aproxima menos que 20.000 UA (Unidades Astronômicas), afastando-se até 90.000 vezes essa distância.

Em astronomia, a unidade astronômica (UA) é uma unidade de distância, aproximadamente igual à distância média entre a Terra e o Sol. É bastante utilizada para descrever a órbita dos planetas e outros corpos celestes no âmbito da astronomia planetária, valendo aproximadamente 150 milhões de quilômetros (149.597.870 km).

Não seria muito luminosa, tampouco massiva, caso contrário já teria sido notada através dos telescópios na Terra ou das oscilações que provocaria no Sol. Seria um tipo de estrela conhecida pelos astrônomos como anã marrom. Estaria, no presente, no ponto mais afastado de sua órbita, cujo período teria não menos que 26 milhões de anos.

EVIDÊNCIAS, 'AS SEMENTES DO CAOS'

Durante muitas décadas o enigma das Extinções em Massa — fenômenos que assolaram periodicamente o passado geológico terrestre, ceifando, num intervalo de tempo relativamente curto, a maior parte da fauna e da flora então existentes — intrigou várias gerações de cientistas e leigos. Há poucos anos, paleontólogos e geólogos sentiram-se forçados a recorrer a uma hipótese de caráter astrofísico para tentar desvendar o mistério: o Modelo da Estrela Companheira. Esta estrela foi prontamente batizada de Nêmesis, a Estrela da Morte.

Tal modelo postula que o Sol teria uma companheira, que orbitaria o centro de massa do sistema com um período de 26.000.000 de anos.

Na mecânica clássica, centro de massa de um corpo é o ponto onde pode ser pensado que toda a massa do corpo está concentrada para o cálculo de vários efeitos. O centro de massa não precisa coincidir com o centro geométrico ou o centro de gravidade. O centro de massa nem, ao menos, precisa estar dentro do corpo.

No afélio (ponto mais distante de sua órbita), esse astro estaria a cerca de 2,8 anos-luz dos Sol. Cada vez que estivesse mais próxima do Sol, a força gravitacional da estrela anã já seria o bastante para perturbar severamente as órbitas dos pequenos corpos de gelo e rocha que, aos bilhões, gravitam muito além de Plutão formando um gigantesco ninho de cometas conhecido como nuvem de Oort.

O desequilíbrio na nuvem de cometas faria com que milhares deles fossem atraídos em direção ao centro do Sistema Solar — região geralmente mantida a salvo desses corpos graças à influência gravitacional benigna de Júpiter e Saturno — onde alguns, fatalmente, encontrariam pelo caminho pequenos e frágeis mundos, como a Terra.

Mas onde estariam as marcas de tais impactos? Não é fácil encontrá-las na Terra. O movimento das placas tectônicas já destruíram um número sem fim de crateras. Os períodos glaciares aplanaram tantas outras. Os ventos e as chuvas vão desgastando a beira das crateras, arrastando o solo das encostas para o centro.

Se a Terra preservasse suas crateras, certamente seria tão esburacada quanto a Lua ou Mercúrio. E como a Lua não está sujeita aos processos erosivos que ocorrem aqui, nosso satélite é a melhor evidência de impactos violentos periódicos. E tais evidências, de fato, existem.

Um dos primeiros indícios da existência de uma relação entre o mecanismo das extinções em massa e a astrofísica se deu com a descoberta de que um meteorito gigante ou cometa, com vários quilômetros de diâmetro, atingiu a Terra há 65.000.000 de anos, justamente na época em que os dinossauros se extinguiram.

O impacto de um astro dessas dimensões com o nosso mundo seria capaz de arremessar uma vasta quantidade de poeira até as camadas mais altas da atmosfera. O material permaneceria flutuando nessa região por vários meses, impedindo que os raios solares atingissem a superfície, e produzindo assim uma noite planetária de quase um ano de duração. Devido à ausência de luz solar e à queda brusca da temperatura abaixo do ponto de congelamento da água, as plantas clorofiladas morreriam. Sem os vegetais, pereceriam primeiro os animais herbívoros, e depois os carnívoros que desses se nutriam.

Durante essa chuva cometária, calcula-se que cerca de doze cometas atingiriam a Terra. Os dinossauros devem ter sofrido perdas terríveis com vários desses impactos, até serem fulminados por este último de grandes proporções ao final do Cretáceo.

O Modelo da Estrela Companheira foi elaborado como uma hipótese plausível, capaz de explicar a periodicidade dos processos de extinção em massa presentes nos registros geológicos.

A hipotética companheira do Sol foi sugerida pela primeira vez em 1985 por Whitmire e Matese, que a batizaram de Nêmesis, a deusa da vingança. Seria até mesmo possível que esta "estrela da morte" já estivesse presente em algum catálogo estelar, sem que ninguém tivesse notado algo incomum.

IMPLICAÇÕES ASTRONÔMICAS

A existência desta companheira hipotética responderia algumas questões até hoje não explicadas. O Grande Bombardeio Lunar foi o resultado de uma chuva cometária constante, provocada por Nêmesis, então em órbita circular? Esse bombardeio evitou que a vida terrestre surgisse, ou apenas obliterou os registros geológicos, tornando impossível a descoberta de vestígios de formas de vida mais primitivas que as atualmente conhecidas pela ciência? As chuvas de cometas teriam um papel na geologia terrestre, desencadeando erupções vulcânicas e terremotos? Estas indagações deverão ser respondidas por estudos posteriores.

Contudo, já se conhece relativamente bem os parâmetros dessa companheira hipotética. Ela estaria hoje no afélio, a uma distância entre 2,5 e 2,8 anos-luz; sua massa é superior a 0,05 Mʘ (Massa Solar) e inferior a 0,3 Mʘ, sendo muito provavelmente uma anã vermelha. Sua velocidade radial e movimento próprio são virtualmente nulos, uma vez que jamais foi anteriormente identificada em programas para detecção de estrelas próximas.

Massa Solar (Mʘ) é a unidade de medida de massa, igual à massa do Sol, usada em Astronomia para representar a massa de estrelas, galáxias e corpos de grandes dimensões. Seu valor e símbolo são:9e5173bc2f1a4f2fc9a77897da084973 A massa solar vale 333.000 vezes a massa da Terra.

Infelizmente, os astrônomos não sabem em que direção apontar seus aparelhos. Atualmente, as perturbações gravitacionais oriundas dessa estrela devem ser menores que as produzidas por Alpha-Centauri, o sistema estelar já identificado mais próximo do nosso. Existe um grupo de pesquisa na Universidade de Berkeley, liderado pelo astrofísico Richard A. Müller, desenvolvendo um trabalho para tentar detectar a companheira do Sol entre as anãs vermelhas da vizinhança solar.

Se a companheira não for encontrada entre as estrelas vermelhas, deveremos supor que se trata de uma anã marrom, uma estrela de brilho muito fraco e 0,07 Mʘ, emitindo quase que exclusivamente em infravermelho. Os melhores candidatos seriam os objetos brilhantes do catálogo gerado pelo satélite IRAS (Infra-Red Astrophysical Survey). Os sistemas de detecção do IRAS não têm, entretanto, resolução angular suficiente para permitir o cálculo da distância exata da estrela companheira. Talvez, seja necessário realizar o trabalho a partir de observatórios terrestres, ou aguardar o ainda incerto reparo do telescópio espacial Hubble para solucionar o problema.

Fonte I: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Fonte II: Astronomia no Zênite – por: José Roberto V. Costa.
Fonte III: Members (Tripod).

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